DA FONTE E DOS BANHOS DE SANTA EUFÉMIA EM SINTRA - IV

Capítulo IV - Em torno da sua antiguidade e erros de interpretação.
Autoria: Degraconis - Pesquisa: Sintra Subterrânea | (Ver capítulos anteriores)
29.10.2013

Neste capítulo vamos tentar retroceder até ao momento em que surge a primeira referência documental à fonte e aos banhos de Santa Eufémia. A pesquisa desenvolvida para indagar quanto à sua antiguidade, inevitavelmente, levou-nos a conhecer o texto transcrito abaixo, o qual afirma existir na carta do cruzado Osberno, do século XII, uma alusão explícita às suas águas medicinais. Porventura seria assim a mais antiga descrição da fonte de Santa Eufémia, deixando também perpassar a ideia de que existe uma referência ao nome da santa na carta, ou pelo menos, é a ideia apresentada por todos aqueles que apenas tiveram acesso a este trecho disseminado vezes sem conta por diversos blogues e sites.

Fig. 1 – Descrição do Igespar sobre o sítio de Santa Eufêmia (excerto)

Estranhámos o facto, por razões que não interessa agora referir, pelo que decidimos aprofundar o assunto. Resulta este artigo, precisamente da pesquisa que viemos a desenvolver, a qual, e para surpresa nossa, traz a público, matéria digna de ser analisada a requerer nova leitura interpretativa.

Localizámos a fonte bibliográfica num texto publicado pelo IGESPAR – acima publicado - e que a ser verdade levanta duas questões sobre as quais também andávamos a gravitar: a antiguidade da dita fonte e a origem do culto a Santa Eufémia na serra de Sintra, visto até ao momento não termos encontrado referências à sua veneração neste local nos mais antigos martirológios e breviários portugueses. Nem mesmo o “Agiológio Lusitano”, de Jorge Cardoso de 1657, que consagra algumas páginas à hagiografia de Santa Eufémia, e no qual parece estar baseado o texto do painel de azulejos da ermida que relata a lenda da Santa, lhe consagra qualquer referência em Sintra.
Fig. 2 - Martirológios e Breviários portugueses

Todavia, e já posteriormente, após vasculhar todo o “Arquivo Histórico de Sintra” de Silva Marques, esbarrámos com um documento do ano de 1253 que já fazia menção a Santa Eufémia. Trata-se de um documento que traça a divisão paroquial do território, designado de “Treslado do limitte, e demarcação das Igrejas da Villa de Cintra”, uma cópia do séc. XVIII, visto não se conhecer o paradeiro do original, sem contudo existir dúvidas da autenticidade do seu teor.

Fig. 3 - Excerto “Treslado do limitte, e demarcação das Igrejas da Villa de Cintra”
 e fotografia de J.M da Silva Magalhães

Retomando o assunto da carta, procurámos então o original de forma a verificar a dita alusão documental à fonte de Santa Eufémia, tal como indicado no texto divulgado pelo IGESPAR e DGEMN. Inesperadamente, e para nossa surpresa não se verifica qualquer referência ao local em concreto ou à santa. O texto publicado pelo IGESPAR (e também pela Direcção Geral dos Monumentos Nacionais) é uma leitura anacrónica, ou seja, identifica o local como sendo o de Santa Eufémia, sem porém tal constar no texto explicitamente. Viemos posteriormente a conhecer o relatório que deve ter servido de base à elaboração do texto das duas instituições citadas, curiosamente produzido precisamente em Sintra, e a isso voltaremos mais adiante.
 
Fig. 4 – Carta do Cruzado (excerto)

Esta carta está traduzida por vários autores, e obviamente, como não poderia deixar de ser, nenhum deles revela o nome do local da fonte como sendo o de Santa Eufémia, tão só o traduzem textualmente para português corrente.

Fig. 5 – Obras que versam sobre a Carta do Cruzado

Fig. 6 – Tradução do excerto da carta onde refere Sintra (existe, todavia outras referências a Sintra)

Esta pesquisa levantava então agora uma outra questão, abrindo-se assim uma nova possibilidade de investigação, e quiçá, a descoberta de uma descrição de uma outra fonte famosa que não a da santa: Estaria então o Cruzado efectivamente a referir-se ao local da Fonte e Banhos de Santa Eufémia que hoje conhecemos?

Analisado o texto com as maiores reservas, e como bem reparou “O Caminheiro de Sintra”, nada no texto permitia semelhante conclusão. Tudo no texto no leva a concluir por outra localização e eventualmente outra “fons” (fonte ou nascente) que pode ainda hoje existir, ou não.

Diz-nos o texto que próximo de Lisboa fica o Castelo de Sintra (castrum Suchtrium), local onde (in quo) existe uma fonte de água puríssima (fons este purissimus), referindo-se, portanto, ao local do Castelo em concreto. Não excluímos o caso de estar a referir-se às imediações do Castelo, mas o texto não nos deixa concluir indubitavelmente que assim seja, pelo que será uma interpretação abusiva pensar ser uma referência concreta à fonte de Santa Eufémia, que apesar de próxima não se localiza no Castelo nem no monte onde este assenta.

Não é de excluir a hipótese do cruzado estar a referir-se ao designado Palácio Nacional na Vila Velha, visto Al-Mumin Al-Himyari no séc. XII, segundo uma descrição do geógrafo Al-Bakri (séc. XI) e Al-Idrisi (Sé. XII), ter descrito Sintra como tendo dois castelos ou fortalezas de extrema solidez, abrindo assim a possibilidade da fonte ser a da Sabuga, mas não estamos em crer que seja uma hipótese válida.
  

Fig. 7 – Duas perspectivas de Sintra no inicio do séc. XVI desenhadas por Duarte D’Armas.

A reforçar esta ideia, de um equívoco na interpretação do texto e não estar o Cruzado a referir-se a qualquer fonte fora do castelo, diz-nos ainda o texto que os moradores - do castelo (?) - ouvindo alguém tossir, depreendem não ser natural do local (indígenas deprehendant). Adianta-nos também, que além da fonte ou nascente, ali existiam limões (limoeiros, depreende-se), referindo-se certamente ao Castelo e não a Santa Eufémia, até porque, parece que a zona seria erma.

Portanto, pensamos que estamos perante a primeira descrição do local da actual cisterna do castelo (na altura poderia não o ser ainda e a isso ainda voltaremos), e não da Fonte de Santa Eufémia, independentemente da antiguidade que se possa reconhecer a esse local. Lembramos que debaixo da capela de Santa Eufémia foram descobertos recentemente, dois fragmentados fustes marmóreos inéditos, ambos de 42 centímetros de diâmetro, possivelmente do período imperial, que parecem atestar a presença de algum templo ou habitação antiga, já para não referir a estação pré-crista que é conhecida como o povoado de Santa Eufémia.

 Fig. 8 – Gravura da Cisterna datada de 1795 (colorida)

Antes de prosseguir queremos expressar as nossas dúvidas quanto à antiguidade desses fustes, não desconsiderando à opinião de alguém mais autorizado do que nós que se referiu às mesmas com pertencendo eventualmente a um templo romano. O facto de existir junto a esses dois fustes uma pedra tumular com uma vasta inscrição em português antigo, leva-nos a pensar que possa ter sido descoberta em simultâneo com esses dois fustes, e poderiam então pertencer à antiga ermida de Santa Eufémia. Curiosamente, não encontramos qualquer referência documental a essa tampa tumular, tendo nós próprios tomado a iniciativa, com a preciosa ajuda de Gustavo Monteiro de Almeida, de a decifrar. Só não publicamos agora o texto já transcrito pelo mesmo, em virtude de novas fotos enviadas à última da hora a Gustavo terem levantado dúvidas quanto ao que se julgava ser a data de 1508. Inesperadamente, informa-nos que afinal pode não se tratar de uma data mas sim de mais uma palavra. Após uma nova análise das fotos, concordámos inteiramente com a tese apresentada. Iremos muito em breve ao local para que se faça um trabalho cuidado e rigoroso.

Fig. 9 – Fustes e tampa tumular que se encontram na sacristia da igreja de Santa Eufémia

Outra das razões que nos parece suficiente forte para aquilatar por uma fonte diversa é precisamente as propriedades medicinais que estão associadas a esta fonte de água puríssima descrita pelo cruzado. Com efeito as propriedades apontadas no texto são a cura da tísica e da tosse, as quais sabemos não estarem associadas às águas de Santa Eufémia, conforme pode-se verificar no painel de azulejos onde indica serem as da Santa, próprias para a enfermidade da sarna, fígado e males do corpo. Poder-se-ia ao longo dos séculos terem atribuído tão díspares funções medicinais às mesmas águas? Não é usual tal acontecer. A expressão “males do corpo”, apesar de generalista, dentro do contexto de Santa Eufémia, parece querer indicar problemas de pele e não qualquer outro tipo de male de que possa o corpo padecer. Não estavam as águas de Santa Eufémia canalizadas para a Gafaria de São Pedro para tratamento da lepra, local onde surgiu uma capela cujo orago é precisamente São Lázaro, santo associado às enfermidades da pele? Não conseguimos no entanto garantir a veracidade desta ideia de captação das águas para a Gafaria por falta de evidências arqueológicas, tão só a encontramos na “boca do povo”.

Fig. 10 - Painel de azulejos de Santa Eufémia onde surge a lenda
 relatada e os males que as suas águas milagrosas curam.

O termo “fons” pode apresentar várias significações, das quais as mais comuns são nascente ou fonte, não se excluindo no entanto a possibilidade de significar também poço, mas é uma situação menos frequente. Nada no texto nos permite concluir se efectivamente era uma “fons” coberta, mas pela comparação dos textos onde tal palavra surge e também pela iconografia onde se insere como legenda, pensamos que de facto, devia existir algum enquadramento arquitectónico. Verificamos isso nas iluminuras e pinturas bíblicas e nos desenhos do “Livro das Fortalezas” de Duarte D' Armas do séc. XVI, por exemplo.

 Fig. 11 – Fons (as imagens superiores), poço e chafariz, insertas no Livro das Fortalezas do Séc. XVI.

O facto do cruzado a ter valorizado parece ser indício suficiente da sua fama e provavelmente estaria de facto dotada de alguma estrutura a enquadrá-la ou a cobri-la, tal como acontecia na Fonte da Sabuga, onde parece ter existido até ao século XIX umas cantarias quatrocentistas. Tal como é lícito pensar que a Fonte da Sabuga nessa altura não fosse mais do que uma simples bica na pedra jorradiça dotada de um pequeno tanque e com os elementos referidos a adorná-la, também podemos pensar o mesmo para a fonte citada pelo cruzado. Contudo há que salientar que três séculos mediam entre a descrição do cruzado e as referências do parágrafo anterior, e do livro de Duarte de Armas, pelo que pode ser especulativo imaginar-se de como seria de facto a sua configuração com base nisso.


 Fig. 12 - Cantarias da Sabuga e Fonte da Cabreira, 
Terrugem, fins do séc. XV, princípios do séc. XVI

É muito improvável, que já existisse no séc. XII a cisterna como a conhecemos hoje, não só devido ao aparelho construtivo utilizado – parte parece resultar de uma reutilização -, mas porque a referência ou termo usado – fons - da parte do cruzado, eventualmente, seria diferente para uma estrutura dessa dimensão. Todavia podemos considerar esta revelação (se assim for), um subsídio para dar em parte, resposta a uma pertinente questão que têm envolvido este local ao longo dos séculos: é a cisterna do castelo dos mouros abastecida por uma nascente ou trata-se apenas de um reservatório de águas pluviais, caso efectivamente se trate de uma alusão à “fons” do castelo. A este tema em concreto dedicaremos um artigo muito em breve.
Fig. 13 – Cisterna, foto exposta no local.

Para que não se criassem lacunas graves no artigo ou omissões imperdoáveis, não deixámos de tentar saber o que os arqueólogos do concelho, nomeadamente Cardim Ribeiro, arqueólogo e Director do Museu Arqueológico de Odrinhas, poderiam já ter escrito sobre o assunto. Descobrimos que num meio mais restrito, o da arqueologia e académico, a alusão do Cruzado chega a ser identificada com a sobejamente conhecida Fonte da Sabuga, o que a nosso ver é mais credível do que a identificação com Santa Eufémia, ideia que, no entanto, Cardim Ribeiro rejeita, informando que poderia ser qualquer outra existente na altura, possivelmente hoje impossível de localizar. Não temos bases sólidas para sustentar a nossa identificação com a cisterna do castelo, nem força para crer que a fonte do cruzado tenha sobrevivido às vicissitudes do tempo, mas queremos acreditar ser uma das principais fontes de Sintra ainda hoje existentes, seja a da Sabuga, de Santa Eufémia ou do castelo, local para o qual mais nos inclinamos.

E porque a nossa pesquisa inicial pretendia descobrir ou fixar a data da primeira referência documental à fonte ou ao culto a Santa Eufémia em Sintra, não podemos terminar sem acrescentar mais umas palavras ao artigo, visto ter resvalado, e bem, para outro tema.

Conseguimos fixar a primeira referência a Santa Eufémia em Sintra no séc. XIII – e não no séc. XII como se pensava erradamente – através da menção existente na demarcação paroquial do território já descrita e, se bem com as maiores reservas, fixar os banhos no ano de 1453, através da notícia de abade Castro e Sousa referida no artigo “Antigualha da Cercania de Cintra” publicado no periódico “O Panorama” de 1842, onde nos informa que o arcebispo D. Luiz Coutinho procurou aliviar o seu mal de lepra nos banhos de Sintra. De facto os banhos de Santa Eufémia são indicados para esse tipo de problema mas pode existir aqui problemas de interpretação idêntico ao que se deu com a carta do cruzado, e neste caso em concreto, infelizmente, não temos acesso ao documento original ou à citação onde possa o abade ter obtido essa informação. Nem nós nem Anselmo Braamcamp, que critica-o por esse tipo de falha. De salientar ou recordar que em São Pedro – localizado ao que parece no Cabeço do Ramalhão – existia uma Gafaria.
  
Fig. 14 – Notícia dos banhos

Apesar de não termos tido sucesso nesta pesquisa, ao não conseguirmos perceber ou provar uma antiguidade pré-nacional da fonte, dos banhos – os quais podem ter surgido mais tarde – e da instalação do culto à santa neste local, não significa que já não tivesse longos séculos – ao contrário do que o texto do Igespar afirma ao fixar a edificação da capela no séc. XIII -, até porque o fenómeno da cristianização das zonas rurais que caracterizou a designada antiguidade cristã, manteve-se constante, através do moçarabismo, durante a ocupação islâmica, permitindo a reconquista dar continuidade a essas mesmas tradições que já vinham de contexto romano, suévico e visigótico. Aliás, e como verificámos na obra “Paróquias Suevas e Dioceses Visigóticas” do polémico Almeida Fernandes, P. David ao justificar a permanência dos quadros paroquiais anteriores à islamização, argumenta pela toponímia e pela permanência dos santos patronos invocando não terem surgido novos titulares para esses lugares. P. David na sua obra “Études historiques sur la Galice et le Portugal du VIe au XIIe siècle” chega mesmo a dizer-nos que “nos séc. X e XI as igrejas velhas ou reconstruidas têm por titulares aqueles que eram tradicionalmente venerados sob os reis visiogóticos”.

Portanto, é verossímil que o culto a Santa Eufémia em Sintra seja muito anterior à nossa nacionalidade, e a reforçar existe o facto de a mesma já ter data de celebração no Sacramentário Moçarabe Ibérico, conforme nos informa Justino Maciel que por sua vez recolheu a informação na obra “"El culto de los santos en la España romana y visigoda" de Garcia Rodriguez.

Santa Eufémia, a original, porque muitas vieram a surgir e com biografias que diferem umas das outras, foi uma mártir de Calcedónia que tinha oito irmãs gémeas, tendo sido martirizada no séc. IV. Outros mártires da Antiguidade na zona de Sintra, e que devem ter passado incólumes pela islamização do território, são São Saturnino, São Romão e São Mamede entre outros.

Em jeito de súmula, há que dizer que independentemente de uma efectiva localização da fonte descrita pelo cruzado, fica provado por meio deste artigo, que nada mais faz do que alertar para a leitura do documento original, de que doravante qualquer identificação da dita fonte com a de Santa Eufémia é abusiva, podendo simplesmente estar a escamotear a descrição de uma outra, e que a nossa ver, com as devidas reservas, indicámos como podendo ser aquela sobre a qual se construiu a cisterna do Castelo do Mouros. Não teria no entanto, que estar sob a cisterna, mas nas suas imediações, até porque a cisterna por definição é um reservatório de águas captadas, quer directamente no próprio lençol freático, quer numa nascente ou mais que a alimente.

Queremos rematar este artigo sobreavisando de que não somos da área da história ou arqueologia, tão só amantes da história de Sintra e que podemos ter falhado na recolha de informação existente e ou eventualmente em algumas das nossas ilações, garantido todavia que tentámos ser o mais factuais na exposição do assunto.

Nota de rodapé:
1. Estamos em crer que a identificação da fonte do cruzado com a fonte de Santa Eufémia se deve ao facto do parágrafo da carta, imediatamente anterior ao parágrafo que refere a fonte de águas puríssimas de Sintra, ser relativo aos banhos quentes de Lisboa. O encadeamento pode ter sido sugestivo para que o autor do relatório tivesse associado uma coisa à outra, até porque Santa Eufémia está conectada com os banhos, mas diga-se, banhos frios, ao contrário dos de Lisboa que estavam a ser relatados pelo cruzado, sem sabermos no entanto quando terá surgido efectivamente a prática dos banhos em Santa Eufémia.

Fig. 15 – Excerto da carta onde se verifica que o cruzado no parágrafo
anterior ao de Sintra referia-se aos banhos quentes da cidade de Lisboa.


2. No texto do IGESPAR também se percebe que existe um equívoco quanto às propriedades medicinais ou milagrosas atribuídas às águas de Santa Eufémia, derivado precisamente de uma leitura pouco cuidada da carta, levando a um círculo vicioso interpretativo, ou seja, ao pensarem tratar-se das águas de Santa Eufémia, automaticamente atribuíram-lhe as prescrições a que o cruzado alude – tísica e tosse -quando existe um documento do séc. XVIII (o painel de azulejos) que determina serem outras as maleitas curáveis com as águas da Santa. Curiosamente, este erro não se repete nos diversos blogues e sites que copiaram o texto do IGESPAR. Pode o povo não saber muito de história do século XII mas conhecem muito bem, por tradição e pelo painel de azulejos, a que doenças andam essas águas associadas.


Capítulos anteriores
CAP. I - DAS DESCRIÇÕES ANTIGAS QUANTO À LOCALIZAÇÃO
CAP. II - A FONTE NA CARTOGRAFIA 
CAPÍTULO III - DAS INSCRIÇÕES LAPIDARES DA FONTE DE SANTA EUFÉMIA

Próximos capítulos
 CAP. V - DAS ÁGUAS MIRACULOSAS E DA SUA MINA


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